Arquitetos
João Branco + Paula del Río
Colaboradores
Marco Silva
10 h/semana
O pós-trabalho acabou com as deslocações diárias e libertou a cidade, que se focou na qualidade de vida e acumulou espaços para todas as formas de lazer. O pós-trabalho valorizou o tempo e a energia, que alteraram drasticamente a organização da vida. O pós-trabalho enalteceu o intangível, o conforto, os interesses, a comunidade, a partilha, a família, o desporto, a leitura, o debate, intensificando as atividades e possibilidades de escolha desde o isolamento ao encontro social. O pós-trabalho multiplicou as opções de vida, desvaneceu as fronteiras entre trabalho e lazer, entre natural e construído. O pós-trabalho democratizou a centralidade e possibilitou a escolha entre o urbano e suburbano, claramente diferenciados. A Maia entendeu estas possibilidades, estruturando-se para as abraçar.
Desde uma leitura crítica do existente, como registo material da inteligência da construção, avançou em direcção à densidade e ao verticalismo através de uma abordagem biológica e termodinâmica. Fontes inesperadas de prazer físico brotaram de uma forma urbana que se materializou como dispositivo que usa, bloqueia ou liberta os fluxos energéticos que interseta. A nova cidade, rica em propostas espaciais, ergue-se como um mediador climático, que gera variados micro climas e promove as reações somáticas. Convecção, radiação,condução, evaporação e pressão são as novas ferramentas do desenho que expandem os limites do conforto, numa simbiose aumentada com o natural. Uma abordagem multidisciplinar juntou arquitetura, biologia, física, fisiologia, geografia, orologia, numa expansão da ideia de sustentabilidade ao domínio da ciência e da tecnologia.