Coimbra, 2020
Arquitetos
João Branco + Paula del Río
Colaboradores
Marco Silva
Joana França
Fotografia
© do mal o menos
O edifício implantado no centro da cidade de Coimbra, em 1935, foi construído para ser uma garagem no piso térreo, transformando-se mais tarde numa loja. O gabinete de arquitetura corresponde a uma terceira fase de adaptação do piso térreo.
O projeto procurou dar clareza e limpeza ao espaço existente, demolindo-se o mezzanine e as escadas. Os revestimentos também foram removidos, como o papel de parede, resultando numa superfície de parede crua.
O gabinete organiza-se em duas salas idênticas e flexíveis, que se adaptam a todas as funções, e é constituído ainda por uma outra área de Coffee Breake armazenamento na parte do fundo. A separação entre espaços é conseguida por RACK’s.
A atitude do projeto assenta em soluções que respeitam e salvaguardam o edifício, intervindo o menos possível na estrutura existente, apostando-se em soluções desmontáveis. As novas divisórias do espaço organizam-se em forma de T, a fim do encontro dos novos elementos e as paredes existentes ser pontual. Todos os elementos que se encontram no tardoz das duas áreas de trabalho estão soltos. O único espaço fechado, a casa de banho, também funciona como uma pequena caixa solta.
As RACK’s são armários de fácil montagem, que permitem não só compartimentar o espaço, como também armazenar material (livros, amostras, maquetas) na altura total do piso. A intervenção procura equilibrar a dureza das estantes metálicas com elementos delicados em madeira. O resultado é um espaço com uma atmosfera singular e densa em materiais e objetos, mas também livre e desafogada.
A fachada principal está orientada a sul. Os grandes vãos expostos ao sol protegem-se com estores exteriores, para controlar os ganhos solares nos meses mais quentes. Este sistema dissipa a acumulação de calor e diminui o sobreaquecimento do espaço interior.