Condeixa 2010 - 2013
Arquitetos
João Branco
Fotografia
© do mal o menos
Construtora
CityLoft
Eletricidade
PMF
Estruturas
Em Branco, Engenharia
Térmica
MinimEnergy
O terreno, na zona de acesso, é um espaço acolhedor. As construções existentes e os muros de pedra convertem-no num lugar sombrio e confinado. Ao percorrê-lo, longitudinalmente para Oeste, a pendente é considerável, até chegar à parte mais alta, o jardim. Nesse ponto, despojado de limites, as montanhas longínquas são o único horizonte.
O encargo consistia em reconverter os edifícios de uso agrícola numa casa de fim-de-semana para uma família de quatro gerações. Por essa razão, o programa habitual de uma casa unifamiliar: sala de estar, sala de jantar, cozinha e cinco quartos, é organizado de forma a que cada espaço se possa utilizar com um certo grau de intimidade e independência. É de salientar ainda a exigência de uma biblioteca.
Os principais espaços da casa ocupam os antigos currais - quatro volumes pétreos e escuros, com aberturas muito pontuais, adjacentes mas sem comunicação entre eles, situados a cotas diferentes, seguindo a pendente do terreno, e orientados a Norte.
O projeto propõe duas operações fundamentais: em primeiro lugar um novo eixo longitudinal atravessa os vários edifícios existentes, como um corredor escavado na pedra que une os vários espaços. Em segundo lugar, dois novos pátios fazem chegar luz natural às partes mais interiores da casa.
A atuação completa-se com uma zona de comer exterior e uma piscina situados junta à Eira original, na parte alta do terreno, aproveitando as vistas e a melhor exposição solar.
Em todo o processo de trabalho esteve presente a ideia de contraste e surpresa ao opor um exterior que se mimetiza com a envolvente, pétreo e massivo, com um interior sóbrio, muito luminoso, delicado, inesperado na brutalidade da envolvente.